domingo, 20 de outubro de 2013

SE A GENTE NÃO EXISTISSE, QUE DIFERENÇA FARIA?

Mario Sergio Cortella e as lições para uma vida instigante


Em palestra para servidores no auditório Dois Candangos, o filósofo listou três elementos fundamentais para encontrar a felicidade no trabalho: coragem, capricho e vitalidade


“A vida é muito curta para ser pequena”. A mensagem vem de um homem de mais de um metro e oitenta centímetros de altura, barba robusta com falhas brancas, sorriso permanente, terno preto e bem cortado. Em 60 minutos, em pé e com microfone na mão, Mario Sergio Cortella ensinou um grupo de pouco mais de 60 servidores e estudantes a manter uma vida empolgante. O filósofo que acumula experiência de 35 anos de ensino e pesquisa na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo defende que “já basta a vida ser curta”. “Ao menos, que não seja pequena”, emenda.
O filósofo defende três virtudes para fazer com que a vida não seja inútil, fútil nem vazia. Coragem, capricho, vitalidade. “Para que a vida seja pequena, basta perder a coragem”, afirma. “É preciso ânimo para frequentar uma universidade, realizar um trabalho, constituir família, ser decente”, 
Professor titular do Departamento de Fundamentos da Educação e da Pós-Graduação em Educação da PUC, Mario Sergio diferencia trabalho de emprego. “Emprego é fonte de renda, trabalho é fonte de vida, aquilo que você faria até de graça”, define. E dá uma lição de ânimo aos servidores desmotivados com a função que exercem e os baixos salários, considerado por ele os principais problemas enfrentados pela categoria. “Os funcionários prestam um trabalho de imensa relevância social. Sem eles, a atividade acadêmica seria impossível. Mas alguém precisa contar isso a eles. Há uma falha que é nossa, administrativa”, disse.
Para Mario Sergio, coragem não é a ausência do medo. “Coragem é a capacidade de enfrentar os temores”, defende o autor de mais de 13 livros, admirador de Darcy Ribeiro e Rubem Alves, que considera “duas grandes inteligências e dois grandes servidores públicos” e aluno de Paulo Freire. E lança uma provocação. “Você tem medo de cachorro?”, indaga a uma estudante. “Ótimo que tenha. Significa que nunca será mordida, mas será que tem coragem de enfrentar o cachorro?”.
A indagação tem propósito motivador. Mario Sergio lembra que medo é diferente de pânico. “Medo é o que te deixa em estado de alerta”, define. “Pânico é o que te paralisa, é a incapacidade de ação”, acrescenta, provocando gargalhadas ao relatar histórias sobre seu medo de cobra e seu pânico de baratas. “Quem diz que não tem medo, não é corajoso. Pelo contrário, é inconsequente, vulnerável”, acrescenta, lembrando Aquiles, o personagem histórico que morreu na Guerra de Tróia “porque achou que era invulnerável”.
EPITÁFIO – Para Mario, além de coragem, é preciso vitalidade. “Vocês conhecem gente morna?”, pergunta Mário Sergio à plateia. “Morna no trabalho, morna no casamento, morna na família”, explica. “Como qualquer pessoa morna, servidor morno tem um trabalho morno”, avisa. E em tom quase profético anuncia aquilo que ele mesmo define como o óbvio: “Nós vamos morrer”. E aí mais uma provocação. “A questão é: quando você for, o que vai deixar? Então, não espere pelo epitáfio”, afirma, fazendo referência a um de seus 13 livros, o que leva o título “Não espere pelo epitáfio...”.
Para não esperar pelo epitáfio e garantir que a vida não seja vazia, pequena e superficial, Mario Sergio sugere criar raízes que o mantenham vivo mesmo depois da morte. “Só há um jeito de ficar e é na história que construí, nas amizades que conquistei, nas obras que deixei”, afirma. Ele lembra, entretanto, que para garantir uma boa história de vida é preciso não ser medíocre. “Gente assim é que fica na média”, define. Mario Sergio defende uma vida pautada pelo capricho. “Capricho é a capacidade de fazer o teu melhor nas condições que você tem”.
Mario Sergio recomenda palestras de esclarecimento sobre o trabalho e motivação pessoal. “Vamos exercitar uma reflexão com os próprios servidores com a seguinte pergunta: se a gente não existisse, que diferença faria?”, propôs. Para a secretária de Recursos Humanos da UnB, Gilca Starling, a palestra foi valiosa. “Queremos tirar os servidores do estado morno, mostrar quem eles são”, disse. A diretora de Capacitação da Secretaria de Recursos Humanos, Fátima Brum, defendeu a criatividade como uma forma de estimular a vivacidade defendida por Mario Sergio. “A criatividade é capacidade de ir além do óbvio”, disse.
Quem é Mario Sergio Cortella
Mario Sergio graduou-se em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, em 1975. É mestre e doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professor-titular do Departamento de Fundamentos da Educação e da Pós-Graduação em Educação da PUC-SP, na qual está desde 1977, tendo nela atuado por 32 anos no Departamento de Teologia e Ciências da Religião. É também membro do Conselho Técnico Científico Educação Básica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O QUE É ASSERTIVIDADE?

A comunicação é sem dúvidas o maior recurso disponível e o mais essencial quando se trata de gestão de equipes.
 
Uma gestão marcada pela comunicação assertiva produz frutos de integração, valorização e motivação, impactando positivamente a produtividade e a inovação, bem como garantindo um meio ambiente corporativo saudável.
 
Sobre o tema li recentemente o artigo que segue, cuja objetividade e propriedade me parecem de grande valia para quem deseja aprimorar a comunicação.
 
Abraços e até a próxima...
  

A palavra assertividade se faz mais presente no dia a dia das pessoas  do que se imagina. Pense naquele dia em que você está cansado de uma exaustiva semana de trabalho, chegando em casa... resolveu tirar a noite para descansar, mas aí lembrou que tinha deixado muita coisa para organizar... roupa para lavar, cozinha para limpar...até aí tudo bem, mas e se no meio dessa limpeza lhe liga algum parente necessitando urgentemente deixar seus filhos ali para você cuidar  e no meio deste atropelo, o marido liga avisando que vão ter convidados para jantar........Legal! E você disse sim pra tudo, o que era para ser um momento de descanso, vai ser uma noite trabalhosa, e quem aceitou tudo isso?!
 
Assertividade é a habilidade social de fazer afirmação dos próprios direitos e expressar pensamentos, sentimentos e crenças de maneira direta, clara, honesta e apropriada ao contexto, de modo a não violar o direito das outras pessoas. Ser assertivo é dizer "sim" e "não" quando for preciso. A postura assertiva é uma virtude, pois se mantém no justo meio-termo entre dois extremos inadequados, um por excesso (agressão), outro por falta (submissão).

 A Assertividade é a arte de defender o meu espaço vital sem recuar, desistindo de mim mesmo, e sem agredir, desistindo do outro. Assertividade é ser transparente e firme sem ser agressivo ou autoritário. É se posicionar com clareza e de maneira respeitosa com as pessoas que convive.   

Parece banal, mas mudar a si mesmo e melhorar sua relação com as outras pessoas é um desafio que poucos enfrentam com sucesso. Como se tornar mais confiante e assertivo ensina como você pode se expressar com mais eficiência e lidar com os obstáculos de maneira direta e honesta.   

Inicialmente, os psicólogos Robert E. Alberti e Michael L. Emmons direcionaram seu foco para as pessoas que não conseguem se impor. Mas logo perceberam que todo mundo precisa aprender a defender suas posições e fazer as coisas por iniciativa própria.  

Veja como você reage quando:
 

- Quer interromper a ligação de alguém.

- Um colega de trabalho tenta humilhá-lo.

- Seu (sua) esposo(a) o censura.

- Um vizinho põe o som a todo volume até as três da manhã.

- Um de seus filhos faz pirraça.
 

Em ocasiões desse tipo algumas pessoas reprimem os sentimentos e se calam, contrariadas; outras gritam e reagem de forma agressiva. A assertividade pode ajudar você a enfrentar esses problemas sem medo.   

Ao contrário do que muita gente pensa, a assertividade não é uma técnica para se conseguir tudo o que se deseja. Não se trata de ensinar truques ou artifícios para manipular os outros. Os autores, na verdade, escreveram este livro como um guia para que todas as pessoas possam defender suas opiniões e desejos sem desrespeitar os direitos dos outros.

 A comunicação assertiva eficiente estimula os relacionamentos positivos e igualitários entre as pessoas. Além disso, pode acelerar a autoestima, enriquecer a intimidade, aperfeiçoar a capacidade de decisão e de lidar com pessoas difíceis e melhorar a habilidade de resolver conflitos, sempre estimulando a responsabilidade social.


Fácil de ler e cheio de exemplos educativos, este livro é feito sob medida para quem está buscando reduzir a ansiedade nos relacionamentos e se tornar uma pessoa mais confiante.

Asserção é o “comportamento que capacita a pessoa a atuar em seu melhor interesse, afirmar-se sem ansiedade indevida, expressar confortavelmente de forma honesta os sentimentos e exercitar os direitos pessoais sem negar os  direitos dos outros” (Alberti & Emmmons, 1978, p. 13)

Por exemplo digamos que você se encontra diante alguém que insistentemente lhe queira vender algo, uma atitude assertiva pode ser através de um contato visual e expressão facial de firmeza evocando  as seguintes palavras: - Muito obrigada, eu não vou comprar nada, mas espero que o(a) senhor (a) seja bem sucedido (a) nas próximas visitas.    

Ser assertivo é confrontar no sentido de “se colocar de frente” às pessoas e situações desafiadoras para eliminar os problemas e ir em direção à solução.

 Para saber quando você NÃO é assertivo, olhe para suas atitudes e ações e saiba que você não é assertivo quando:

* Enfrenta alguém sobre determinado problema e se sente constrangido;

* Perde a cabeça quando se confronta com sarcasmos ou críticas de qualquer ordem;

* Perde a calma com facilidade diante de situações embaraçosas;

 * Ao invés de resolver os problemas diretamente, começa a julgar ou culpar os outros e a si mesmo;

* Sente-se pouco a vontade quando olha os outros nos olhos e vice-versa;

* Não acha certo o que deseja ou expor seus sentimentos;

* Por querer agradar a todos, é injusto consigo mesmo;

* Espera que as pessoas adivinhem o que quer;

* Foge das questões que envolvem confronto com outras pessoas;

* Só aceita seu ponto de vista e perde o respeito pelos outros;

* Perde a paciência e não aceita as diferenças;

* Não fala o que é para ser dito e espera que os outros entendam pela sua cara fechada;

* É indireto e faz “observações cortantes” ou manifestação de impaciência;

* Usa a expressão corporal para que o outro entenda;

* Passa a agredir ou apontar o dedo para os outros;

* Não sabe dizer não ou não mantém compromissos;

     Para Alberti e Emmons (2008) o treino assertivo tem como principal objetivo   mudar a forma como o indivíduo se vê a si próprio, aumentar a sua  capacidade de afirmação, permitir que este expresse de forma adequada os  seus sentimentos e pensamentos e, posteriormente, estabelecer a autoconfiança. Mais detalhados, Hargie e Dickson (2004) elencaram várias funções  do treino, entre as quais destaca-se: (1) ajudar o indivíduo a assegurar que  os seus direitos não serão violados; (2) reconhecer os direitos dos outros; (3)  comunicar a sua opinião de forma confiante; (4) recusar pedidos irrazoáveis (5) fazer pedidos razoáveis; (6) lidar eficazmente com recusas irrazoáveis; (7)  evitar conflitos agressivos desnecessários e (8) desenvolver e manter um  sentido pessoal de eficácia."
 
Disponível em  http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2013/07/assertividade.html

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A DOIS PASSOS DOS 51


 
Com o passar dos anos, desenvolvemos a capacidade de valoração e hierarquização de fatos, objetos e pessoas que fazem parte da nossa vida.
 
De uma forma discreta e acumulativa, tudo o que experimentamos em nosso dia a dia, se agrega ao nosso ser produzindo conhecimento acerca de nós mesmos, do outro e dos valores que defendemos, alterando ou aprimorando nossa forma de ver e sentir a vida.
 
Diante dessa realidade, importa saber quais são nossos sonhos e objetivos, quais são os valores essenciais, aqueles dos quais  jamais iremos abrir mão, quem são as pessoas imprescindíveis para a nossa felicidade, qual o significado do trabalho que desenvolvemos.
 
De uma forma mais contundente todas essas questões se apresentam à nossa frente  em períodos especiais de nossa existência, como se fossem paradas obrigatórias, necessárias à reflexão sobre o que já se passou,  para que os ciclos da vida se completem e o novo possa acontecer.
 
Então, a dois passos que estou dos 51 (!), tornou-se necessário:
 
Reconhecer que é preciso sorver a felicidade que reside na simplicidade e na gratidão e, que já possuo motivos de sobra para ser feliz, especialmente uma família linda e amigos especiais.
 
Reconhecer que sou abençoada com uma vida profissional da qual me orgulho, através da qual continuo a me desafiar, buscando renovação e aprimoramento, para que possa honrar a sociedade com um trabalho de qualidade, realizado com seriedade e comprometimento.
 
Preciso, assim, agradecer a confiança do Dr. William Douglas Resinente dos Santos, Juiz Federal com quem tenho a honra de trabalhar há 20 anos, primeiro a acreditar na minha capacidade e habilidade em liderar, incentivador e motivador do meu desenvolvimento gerencial, a quem mil palavras não serão capazes de recompensar, tarefa que delego ao nosso Deus.
 
Que venham os 51 e muitos outros, pois a vida está só (re)começando...
 
 
 
 
 


quarta-feira, 2 de outubro de 2013

CINCO PASSOS PARA UMA META

Uma meta, qualquer que seja ela, só pode ser assim conceituada quando traçada segundo cinco variáveis: especificidade, mensurabilidade, exequibilidade, relevância e temporalidade


“A fórmula da minha felicidade: um sim, um não, uma linha reta, um objetivo.”(Friedrich Nietzsche

Você decide ir ao cinema. Sai de casa e, quando percebe, imerso em seus pensamentos, está fazendo o caminho convencional para ir ao trabalho – que, por sinal, é diametralmente oposto. Depois de enfrentar um belo trânsito, acerta o passo e chega ao shopping. Vasculha os três pisos de estacionamento para obter uma vaga. 

Logo mais, encontra uma agradável fila para comprar os ingressos. Na boca do caixa descobre que a sessão está esgotada. A próxima, somente em duas horas e quinze minutos.

Impossível? Improvável? Com você não? Pense bem antes de responder. Se você ainda não passou pelo ciclo completo descrito acima, uma boa parte dele já lhe visitou em um final de semana destes. O mal é o mesmo que afeta a profissionais e empresas no mundo corporativo: a ausência de metas definidas.

Vamos partir de um pressuposto. Você sabe o que quer, para onde deseja ir. Se estiver em uma companhia que não lhe agrada, buscará outra. Se estiver disponível, sabe qual o perfil de vaga lhe interessa. Se estiver satisfeito em sua posição atual, almeja alcançar um cargo mais elevado.

Uma meta, qualquer seja ela, só pode ser assim conceituada quando traçada segundo cinco variáveis. A primeira delas é a especificidade. Seu objetivo deve ser muito bem definido. Assim, é inútil declamar aos quatro cantos do mundo: “Quero trabalhar na multinacional ABC Ltda.”. Desculpe-me pela franqueza, mas acho que você não será contratado a menos que pense: “Vou trabalhar como gerente comercial, na divisão alfa, da companhia ABC Ltda., atuando na coordenação e desenvolvimento de equipes de vendas para a região sul”. Em outras palavras, quanto mais específica for a definição de seu propósito, mais direcionado estará seu caminho.

A segunda variável é a mensurabilidade. Sua meta deve ser quantificável, tornando-se objetiva, palpável. Em nosso exemplo anterior, você teria que definir, por exemplo, a faixa de remuneração desejada. Outra situação bem ilustrativa desta variável é a aquisição de bens materiais. “Pretendo comprar um carro”, é um desejo. “Vou comprar um veículo da marca XYZ, modelo beta, com motor 2.0, dotado dos seguintes opcionais (relacioná-los) e com valor estimado de R$ 30.000,00”, é uma quase-meta.

A próxima variável é a exequibilidade. Uma meta tem que ser alcançável, possível, viável. Voltando ao exemplo inicial, o objetivo de integrar o quadro da companhia ABC como gerente comercial não será alcançável se você tiver uma formação acadêmica deficiente, experiência profissional incompatível com o perfil do cargo e dificuldades de relacionamento interpessoal.

Chegamos à relevância. A meta tem que ser importante, significativa, desafiadora. Você decide como meta anual elevar o faturamento de seu departamento em 5% acima da inflação. Entretanto, seu mercado está aquecido e este foi o índice definido – e atingido – nos últimos dois anos. Logo, é preciso ousadia e coragem para determinar um percentual superior a este, capaz de motivar a equipe em busca do resultado. Lembre-se de que o bom não é bom onde o ótimo é esperado.

Finalmente, o aspecto mais negligenciado: o tempo. Muitas metas são bem específicas, mensuráveis, possíveis e importantes, porém não definidas em um horizonte de tempo. Aquela oportunidade de negócio tem que ser concretizada até uma data limite. Determinada reunião deve ocorrer entre oito e nove horas. Certo filme no cinema sairá de cartaz na sexta-feira próxima.

Por isso, evite procrastinar, nome feio dado à mania de adiar compromissos. Este pode ser um golpe fatal em qualquer meta proposta.

Tom Coelho, www.administradores.com.br

terça-feira, 24 de setembro de 2013

VOCÊ POSSUI UM MAPA ESTRATÉGICO?

Mapas estratégicos: melhor tê-los

Escrito por Alex Anton

terça-feira, 24 setembro, 2013

Planilhas do Excel, slides do PowerPoint, análises complexas, reuniões diversas e lá sai ele, cheio de clareza e direção: o mapa estratégico de uma unidade de negócio, de uma organização inteira, ou de sua própria vida. Independentemente do meio, o fim é claro: ter uma direção e evitar passividade e inércia. Um mapa estratégico é, como dizia um professor de Harvard, uma oportunidade de aprendizado já que a realidade sempre poderá ser contrastada com o que foi colocado no papel no passado, dando substrato a uma boa conversa. Por que tais premissas foram utilizadas ontem e por que elas não são mais verdade hoje?

Claro que o mundo, e a vida, não são lineares ou previsíveis quanto às vezes gostaríamos, então as previsões do passado, mesmo que solidamente analíticas e pragmáticas, dificilmente refletirão 100% da realidade presente.

Assim, o destino final do mapa estratégico corre o risco de tornar-se irrelevante com o tempo, o que é naturalmente esperado. O problema é quando os “navegadores” desse mapa não estão atentos as oportunidades espontâneas e imprevisíveis que o caminho oferece, não questionando frequentemente a relevância do destino final no cenário atual.

Ouvimos e lemos com frequência que na natureza, e em business, os que mais evoluem são os que melhor se adaptam ao ambiente em constante mutação, e isso se aplica bem no contexto de mapas estratégicos. O maior risco é tratar estratégia, pessoal ou corporativa, como um destino fixo e permanente.

No mundo corporativo não faltam exemplos de empresas que quebraram por desconsiderar o que estava acontecendo nas ruas em detrimento de slides produzidos no passado.

Um exemplo clássico, recente e conhecido por todos é a Kodak, que desconsiderou a evolução da concorrência e a dinâmica de preferência do consumidor, insistindo que a melhor direção era focar em fotografia analógica, com filmes. Por ser grande e pesada demais, os navegadores da Kodak não tiveram a agilidade necessária para se adaptar quando perceberam que aquele destino não fazia mais sentido, e assim a empresa que brilhava há 10 anos atrás quase declarou falência em 2012, matando ou vendendo boa parte das suas unidades de negócio.

Mas também existem as histórias de empresas com roteiro para chegar em A e que no caminho perceberam que B seria bem melhor, e pra lá seguiram e foram felizes.

Um exemplo interessante é do Post-It, da 3M. Os bloquinhos de anotação com cola nas costas foram um errado que deu certo. O plano era chegar numa cola extraforte, que foi testada num pedaço de papel e grudada na parede para observar sua durabilidade. O resultado já sabemos: a cola era fraca demais para ser chamada de “forte”, porém “forte” o suficiente para permitir que aquele pedaço de papel fosse colado e recolado várias vezes. Surgiu o Post-It, uma inovação simples porém impactante.

Traduzindo tudo isso para estratégia de carreira e vida, a mesma analogia pode ser utilizada: foco apenas no destino pode mascarar as oportunidades de redirecionamento mais interessantes.

Olhando minha própria carreira observo que sempre tive metas ambiciosas, mas elas mudaram, e ainda mudam, frequentemente de acordo com o que aprendo sobre o mercado, o mundo e mim mesmo.

Comecei querendo ser um cientista de sucesso, com publicações em revistas de peso e respeito pelos meus pares; entendi que aquele destino não seria o melhor pra mim e mudei os rumos, seguindo em direção a inovação técnica no mundo corporativo.

Trabalhar numa multinacional gigantesca, na Suíça, foi fascinante, e certamente me vi ocupando posições de poder e influência dentro do meu nicho. Porém o caminho me mostrou que sou mais produtivo e realizado discutindo e fazendo acontecer muito além da área técnica, e foi por isso que embarquei rumo ao MBA de Harvard. E o meu mapa, sempre na versão rascunho, continua sendo editado.

Por fim, concordo com o que um outro professor do MBA defendia: “quando você está perdido, qualquer mapa te ajudará”. Para evitar que seu mapa, pessoal ou corporativo, seja ditado por quem tenha menor conhecimento de causa, vale a pena estudar e questionar o mercado (ou seu contexto), atentando para pontos fortes e fracos, e traçar uma direção. Afinal, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS), caminhar é preciso!       

Alex Anton é MBA pela Harvard Business School e tem no seu currículo empresas como Nestlé e McKinsey & Company. Já morou e trabalhou no Canadá, Alemanha, Suíça, Indonésia, Estados Unidos e China. Além disso, é entusiasta da meditação, fotografia e corrida. Suas ideias podem ser conferidas no blog www.transforme.is 

Disponível em http://www.hbrbr.com.br/post-de-blog/mapas-estrategicos-melhor-te-los


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

FELICIDADE NO TRABALHO: O QUE NOSSAS EQUIPES NOS ENSINAM

Felicidade No Trabalho: O Que os Trabalhadores Me Ensinaram


14/05/2013 por Coach Innami
mentalidade1   Para muitas pessoas o trabalho não passa de sacrifício que têm que suportar para assegurar seu sustento e sobrevivência. Para as empresas, as consequências são a alta rotatividade, a baixa produtividade, erros e desperdícios crônicos. Para outras pessoas, o trabalho pode significar uma fonte de felicidade e de oportunidades para se viver uma vida equilibrada e plena de significado. Nestes casos, as empresas são amplamente recompensadas pelo entusiasmo dos trabalhadores e por suas valiosas contribuições à inovação de seus produtos e processos e ao crescimento dos negócios.
A felicidade de um dia frequentemente precede a criatividade do dia seguinte.
Teresa Amabile – Harvard Business School
Mas o que distingue um ambiente de trabalho agradável e estimulante de ambientes estressantes e apáticos? Como conquistar os corações e mentes dos trabalhadores e torná-los felizes, criativos e engajados no trabalho? Tendo trabalhado em projetos de inovação de processos e de melhoria da qualidade e produtividade com mais de 300 equipes em diversas empresas, formei minha opinião sobre o que faz com que os trabalhadores se tornem pessoas felizes, criativas, dedicadas e produtivas. Além de uma remuneração justa, essas são as minhas conclusões:
  1. Reconhecimento: um elogio sincero e oportuno tem um impacto muito positivo sobre a auto-estima dos trabalhadores. Quando concluem uma tarefa com êxito, é o que eles esperam de seu chefe.
  2. Respeito: tratar os trabalhadores como adultos responsáveis e ser justo e leal na convivência e nas negociações com eles.
  3. Confiança: o lado prático do respeito. As pessoas podem necessitar de orientações, mas devem saber que seu chefe confia nelas para realizarem as suas tarefas com responsabilidade.
  4. Crescimento individual: as pessoas querem evoluir e enfrentar novos desafios. Elas devem ter oportunidades para aplicar seus talentos, aprender coisas novas e desenvolver suas habilidades.
  5. Ambiente saudável: trabalhar com pessoas que respeitamos e gostamos, chefe e colegas, é muito importante para manter o equilíbrio emocional e ter um dia de trabalho estimulante, agradável e produtivo.
  6. Sentimento de propósito: as pessoas gostam de saber que estão contribuindo para alguma coisa valiosa. Elas necessitam saber quais são as intenções estratégicas da organização e como suas contribuições individuais se encaixam no todo.
  7. Coerência e persistência: as pessoas esperam que seus chefes ajam de acordo com suas próprias palavras e sejam persistentes em seus objetivos. Os trabalhadores estão cansados dos modismos efêmeros, de embarcarem em canoas furadas e serem abandonadas nas primeiras dificuldades.
Neste momento, em que as empresas enfrentam uma enorme deficiência de trabalhadores qualificados, e travam uma dura batalha para recrutar e manter os trabalhadores mais experientes, talentosos e criativos, é de vital importância estarem atentas às suas necessidades e aspirações profissionais. Além da justa remuneração, um ambiente de trabalho saudável e estimulante é a diferença que atrairá e conquistará os talentos necessários para se aproveitar as grandes oportunidades que o momento oferece.
Lembre-se:
Mude Suas Palavras. Mude Seu Mundo.
Coach Innami
Programa de Formação em Coaching
Coaching University e-Learning
http://www.coachinguniversity.com.br

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

NOSSAS ESCOLHAS DEFINEM NOSSA LIDERANÇA


A ESCOLHA DE LIDERAR por Eugênio Mussak

- Excuse me. Meat, fish or pasta?
 
 
Por um instante fui retirado da leitura do livro pela pergunta da aeromoça americana, que estava apressada em servir o almoço e queria saber se eu preferia carne, peixe ou massa. Fiz a minha escolha, para logo depois ouvir:
 
 
- And for starter, soup por salad?
 
 
Puxa, será que ela não ia parar de me fazer escolher? Ainda ia perguntar, claro, se eu preferia sobremesa, frutas ou queijos; se ia tomar vinho; se seria branco ou tinto; se a água seria com gás ou sem gás. Quando desisti de ler porque havia perdido a concentração liguei a TV e tive que fazer várias comandos até chegar aos filmes, para então me dar conta que tinha que optar entre drama, aventura, comédia, clássicos e sei lá mais o que, para então chegar a um imensa lista de filmes disponíveis.
 
 
Tudo bem, pois a variedade de opções é o melhor sinal da liberdade e do progresso. Essa é a parte boa. A ruim é que ter que escolher acaba gerando um momento de ansiedade, pois a escolha sempre pressupõe renúncia. Eu não podia comer carne, peixe e massa. Não no mesmo voo. Tinha que escolher um e abrir mão de dois. “Assim é a vida”, pensei.
 
 
Foi quando me dei conta que o livro que estava lendo era o Hanbook of Leadership, que tinha acabado de comprar na Coop, a livraria de Harvard, e nele havia uma abordagem sobre as escolhas estratégicas que os líderes tinham que estar preparados para fazer. Grandes líderes da História fizeram grandes escolhas, que influenciaram a vida de muitas pessoas. E assumiram a responsabilidade por elas, para isso eram líderes.
 
 
Sim, ser um líder é ter preparo para fazer escolhas e disposição para assumir a responsabilidade por elas. Sem essas duas qualidades não há liderança. E isto nos leva à primeira grande escolha que o líder tem que fazer: a de ser um líder.
 
 
Como toda escolha pressupõe renúncias, ao escolher ser um líder (por exemplo, assumindo um cargo de gerente ou diretor), você está, ao mesmo tempo, abrindo mão do conforto de não liderar, de simplesmente seguir, obedecer, não ter que tomar decisões nem assumir grandes responsabilidades.
 
 
Liderar é fazer escolhas, e quem não está disposto a faze-las em nome de outros, e responder por elas, não está preparado para liderar. Mas tudo bem, alguém tem que liderar e alguém tem que seguir. Não deseja fazer escolhas? Faça voos curtos. Neles a aeromoça só oferece uma barrinha de cereal. Fica mais fácil. Ainda que isto também seja uma escolha…
 
 
Texto publicado sob licença da revista Você s/a, Editora Abril.
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