Artigo de Sigal Barsade e Olivia A. O’Neill, publicado na Revista Harvard Business Review em janeiro/16
A maioria dos líderes se preocupa com o que os funcionários pensam e como se comportam — porém, os sentimentos são igualmente importantes.
Isso pode soar como um artifício do RH (“Estão vendo? A administração se preocupa com nossos sentimentos! ”) ou como um instrumento de satisfação forçada (“A equipe com o maior número de carinhas felizes ganha!”) . Mas não é nenhum dos dois. A Ubiquity está utilizando os dados que coleta para compreender o que motiva os funcionários — e saber o que os faz ter a sensação de pertencimento e entusiasmo no trabalho. Outras organizações estão começando a fazer o mesmo. Algumas utilizam apps que registram o quanto as pessoas estão se divertindo. Algumas contratam consultores de tecnologia que se especializam no rastreamento de humor mensal, semanal, diário ou mesmo a cada hora. Infelizmente, porém, essas organizações são a minoria. A maioria das empresas presta pouca atenção a como os funcionários estão — ou deveriam estar — se sentindo. Não se dão conta do quanto as emoções são fundamentais para desenvolver a cultura certa.
Quando as pessoas falam sobre cultura corporativa, estão normalmente se referindo à cultura cognitiva: valores, normas, artefatos e premissas intelectuais compartilhados que servem como um guia para o florescimento do grupo. A cultura cognitiva estabelece o tom de como os funcionários pensam e se comportam no trabalho — por exemplo, se são focados no cliente, inovadores, voltados para o trabalho em equipe ou competitivos.
A cultura cognitiva é sem dúvida importante para o sucesso da organização. Mas é somente parte da história. Outro aspecto crucial é o que chamamos de cultura emocional do grupo: valores, normas, artefatos e premissas afetivos compartilhados que governam as emoções que as pessoas têm e expressam no trabalho e as emoções que seria melhor suprimir. Embora a distinção-chave aqui seja pensamento versus sentimento, os dois tipos de cultura também são transmitidos de forma diferente: a cultura cognitiva costuma ser transmitida verbalmente, enquanto a cultura emocional tende a ser transmitida por meio de sinais não verbais, como linguagem corporal e expressão facial.
Apesar do renascimento da produção de conhecimento sobre as formas como as emoções moldam o comportamento das pessoas no trabalho (a chamada “revolução afetiva”), a cultura emocional é raramente gerida de modo tão deliberado como a cultura cognitiva — e frequentemente nem chega a ser gerida. As empresas sofrem com essa lacuna. Os funcionários que deveriam demonstrar compaixão (nos cuidados com a saúde, por exemplo) se tornam insensíveis e indiferentes. As pessoas a quem falta uma porção saudável de medo (digamos, em seguradoras ou bancos de investimento) atuam de modo inconsequente. Os efeitos podem ser especialmente danosos em tempos tumultuados, como os de reestruturação organizacional e de crise financeira.
Disponível em: http://hbrbr.com.br/administre-sua-cultura-emocional/
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