sexta-feira, 29 de novembro de 2013

DIAS MELHORES


A palestra com o título acima, ministrada por Luiz André Monteiro, integrante do BOPE esta semana para servidores da Justiça Federal e estudantes de direito provocou reflexões na plateia que iam da surpresa às lágrimas, como decorrência da intensidade das ideias e a profundidade dos valores ali tratados.

A abordagem calcada nos valores assumidos pelo BOPE iniciou-se com um alerta sobre o princípio da oportunidade, já que, muitas vezes com elas nos deparamos sem perceber e, não raro, as desperdiçamos.  Oportunidades precisam ser reconhecidas e aproveitadas, sob pena de serem perdidas para sempre.

Na vida é preciso definir o que desejamos e trabalhar de maneira firme e obstinada para que tal se realize.  É preciso saber o que fazer, querer fazer e dar o nosso melhor onde estamos, pois, na maior parte das vezes, é desnecessário mudarmos de lugar para sermos felizes, enfrentando as dificuldades e obstáculos como oportunidades.

Nada de "deixar a vida nos levar".  Devemos ser protagonistas de nossa própria vida, assumindo nossas metas, trabalhando e fazendo a diferença para que elas se realizem e, jamais atribuindo a outrem a responsabilidade pelo nosso sucesso ou fracasso.

Cada um deve fazer o que lhe cabe, especialmente quanto à necessidade de autodesenvolvimento e capacitação permanente, pois sem que estejamos preparados nada poderá ser realizado e muitas oportunidades são perdidas justamente em função disso.

É preciso ter controle emocional, disciplina e atitude, pois a inércia se mostra um empecilho ao crescimento pessoal e profissional, enquanto a determinação e a iniciativa potencializam nossas possibilidades, sobrepujando as dificuldades e nos fazendo ir além, de forma espontânea e perseverante, sem jamais desistir.

A flexibilidade se torna uma aliada indispensável, na medida em que nos faz mais fortes ao contornarmos as dificuldades e os obstáculos, permanecendo firmes aos valores e metas abraçados, assim como a versatilidade que nos orienta à necessidade de aprendizado diversificado e permanente e à celebração de parcerias que nos permitirão atingir nossas metas.  Juntos somos mais.

Nesse contexto a lealdade desponta como valor orientado à necessidade de sermos gratos àqueles valores que elegemos e àquelas pessoas com quem sempre pudemos contar e cuja confiança nos abriu as portas.

Como corolário, precisamos estar prontos a exercer nossa liderança.  Precisamos, com nossas palavras e ações, inspirar aqueles que nos rodeiam com entusiasmo e determinação, não nos conformando com as coisas que estão erradas ou aquelas que ainda não deram certo, pois a sorte acompanha a audácia e a coragem.

E, finalmente,  desistir, jamais! Precisamos ser perseverantes, pois nossos sonhos, aliados à nossa dedicação e ao trabalho firme,  resultarão no sucesso tão sonhado. 

E então, o que você está disposto a fazer por DIAS MELHORES?

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

EQUIPES CAMPEÃS NO SERVIÇO PÚBLICO: VERDADES E MITOS

Muito se fala na necessidade de mudanças de paradigmas no serviço público, ao qual se atribui características negativas como ineficiência e baixa produtividade.
 
Apesar de já existirem equipes no serviço público marcadas pela excelência, o todo fala mais alto e, quando pensamos no papel que o mesmo representa na vida da sociedade, não raro, emerge aquela sensação de caos, de impossibilidade em razão de inúmeras deficiências estruturais.
 
Me ocorre que, para mudar o que não funciona, talvez seja mais interessante ressaltar o que funciona, evidenciando todos os benefícios desse novo paradigma, afim de atrair mais adeptos.  Fato é que, o inverso também é verdadeiro: se for dado mais destaque aos episódios negativos, deixaremos de reconhecer  e estimular novos modelos mais eficientes e eficazes.
 
Nesse sentido, é preciso que as lideranças se comprometam com a busca da excelência, investindo no desenvolvimento de suas equipes, afastando o velho padrão da  ineficiência e fomentando a construção de equipes campeãs.
 
Mas, afinal, quais as características desse novo paradigma? Quem é essa equipe vencedora? Que ou quem faz a diferença ? Como potencializar a motivação de cada membro da mesma?
 
Tais perguntas encontram respostas na necessidade de estabelecimento de rapport e empatia nas equipes, à partir do estímulo e da prática de uma comunicação assertiva, onde saber como, quando e o que falar e saber escutar são habilidades essenciais.
 
Em um ambiente de trabalho onde se exerce a liderança eficaz, percebe-se uma preocupação quanto à
auto-estima e autoimagem de cada um dos colaboradores, fatores geradores de motivação, de comprometimento e entusiasmo nas equipes.
A excelência no serviço público está, assim, condicionada à efetivas mudanças de paradigmas, as quais produzirão efeitos no clima organizacional, desenvolvendo a sinergia nas equipes de trabalho, ampliando seus resultados.
 
O desenvolvimento de equipes campeãs no serviço público precisa ser um compromisso das lideranças, deixando de ser exceção para se transformar em regra.  A sociedade que paga nossos salários aguarda ansiosamente.
 
Carpe diem!
 
Luciana Elmor

terça-feira, 5 de novembro de 2013

LIDERAR OU CHEFIAR: EIS A QUESTÃO


Por Luah Galvão para a Revista Exame
 
A discussão que ronda ultimamente a liderança parece ser sem fim. Novos modelos de líderes apareceram no front nas últimas décadas impactando a forma de enxergarmos aquele que está no degrau acima. Líderes mais carismáticos, envolventes, “chegados” ou visionários recheiam o mercado trazendo novos ares e novas perspectivas. Mas, afinal, por que o “jeitão” da liderança impacta tanto nosso dia a dia? Que tipo de gestor você quer ser hoje ou em quem você vai se inspirar para liderar no futuro?
Parafraseando o filósofo Mario Sergio Cortella, autor que gosto muito, aqui vai um trecho de um de seus livros: “O que é liderar? É ser capaz de inspirar. Inspirar pessoas, ideias, projetos, situações. O líder é aquele que infla vitalidade. Eu não estou usando a palavra ‘inspirar’ à toa. A noção de inspirar é dar vitalidade. É animar. O líder é capaz de animar, palavra que vem do latim anima e que significa alma… de anima vem ‘animal’, ‘animação’, ‘animado’”.

A tarefa fundamental que desenvolve a liderança é ser capaz de inspirar as pessoas. Muita gente não é capaz de inspirar, só é capaz de expirar. Tirar animação, tirar vitalidade. Se alguém só expira, talvez não consiga ser líder, só consiga ser chefe. Mas chefe está ancorado em uma hierarquia” (Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética.)

O parágrafo acima já explica muita coisa, principalmente algumas das razões pelas quais as empresas comandadas por líderes inspiradores geram bons resultados para seus colaboradores e, por tabela, em seus negócios. Sempre dizemos em nossos textos que ninguém motiva ninguém, mas somos capazes de inspirar e gestores imbuídos dessa energia acabam sendo admirados e seguidos.

Um dia desses, num evento de Excelência nos Negócios que mediei na Harvard Business Review Brasil escutei inúmeras vezes de grandes líderes que a gestão de pessoas é pilar fundamental para a excelência da liderança. Um líder tem de buscar compreender o que de fato motiva e inspira seus colaboradores.

A nova métrica diz que a motivação não é mais algo pasteurizado. Jaime Szulc, presidente para América Latina da Goodyear disse: “A liderança tem de ser humanista, é preciso ativar pessoas para que façam seu melhor. No fundo, todos querem contribuir para o mundo que vivem”. E completa afirmando ser um líder que acredita em motivar pessoas, “mas como pessoas são únicas pra cada uma delas o impulso será diferente”.

No mesmo evento, o professor Soumitra Dutta, reitor da Escola de Gestão da Universidade de Cornell (Estados Unidos), fez algumas observações interessantes: “Temos de pensar realmente fora da caixa. A excelência dos negócios se baseia em dois pilares: inovação e gestão de pessoas”.

Em relação à gestão, ele disse: “Quanto mais tentarmos mudar o comportamento das pessoas, menos motivadas elas estarão. Muitas vezes, líderes impõem seu jeito e suas intenções no outro. Pessoas são diferentes e temos de perguntar o que as motiva, entender o que é importante para cada uma delas”, afirmou.

“As empresas que buscam pela alta performance tem de saber cuidar da felicidade de seus colaboradores e entender o que os faz acordar todos os dias e seguir para o trabalho. A busca por um contexto e um ambiente em que pessoas possam se desenvolver sentindo-se úteis e reconhecidas é um dos grandes desafios dos dias de hoje. A verdade é que todos nós queremos nos sentir competentes no que fazemos”, complementou, no evento.

Acho que é exatamente isso que torna o estudo mais complexo e, ao mesmo tempo, mais interessante. Pessoas se motivam por fatores absolutamente diversos e a compreensão desses fatores é o que está alterando as bases e ferramentas de motivação. Pessoas querem mais do que remuneração. As pessoas saíram da caixa. Não somos mais os laranjas mecânicas da Revolução Industrial. O padrão comportamental passou por grandes mudanças, dando espaço para que cada um pudesse assumir sua anima; cada qual vibrando com impulsos diferentes.

A banda Titãs, no final dos anos 1980, foram visionários no que proclamou, de forma simples, no sucesso “Comida”:

“A gente não quer só dinheiro

A gente quer dinheiro e felicidade

A gente não quer só dinheiro a gente quer inteiro e não pela metade…

Você tem sede de que? Você tem fome de que?…

Afinal, a gente tem fome de que? Tem sede de que?”

A música “Comida” ilustra bem o novo cenário lotado de pessoas que não querem mais apenas o dinheiro. Querem se sentir inteiras, buscar seu propósito e muitos querem deixar um legado. Querem existir além do café da manhã e do jantar, preencher o vácuo e fazer valer a existência.

Para esses, o verdadeiro líder vai muito além da “chefia”, aquela figura de chefe dos seriados antigos e desenhos animados. Aquele que ainda não mudou e olhou para os olhos de seus colaboradores não vai assegurar por muito tempo seu lugar ao sol. Os verdadeiros líderes inspiram, são personas que de algum modo queremos seguir, continuar os feitos e acompanhar.

 

Disponível em http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/o-que-te-motiva/2013/07/12/liderar-ou-chefiar-eis-a-questao/