terça-feira, 29 de janeiro de 2013

COMO O CLIMA ORGANIZACIONAL IMPACTA A CRIATIVIDADE NAS EQUIPES?

Clima organizacional, criatividade e inovação

por Jairo Siqueira em 17/05/2011 ·
Clima organizacional e criatividadeQual a importância da criatividade para a sobrevivência e sucesso das organizações nos dias de hoje? Durante os anos de 2009 e 2010 a IBM ouviu mais de 1.500 CEOs (Chief Executive Officer) em todo o mundo sobre as realidades e desafios do momento em que vivemos. As conclusões dessas conversas, apresentadas no documento Capitalizando na Complexidade – Visão do Global Chief Executive Officer Study, destacam:
  • o rápido crescimento da complexidade no mundo dos negócios;
  • o reconhecimento de que as empresas não estão preparadas para lidar de maneira eficaz com essa complexidade no ambiente global, e
  • a identificação de que a criatividade é a mais importante competência distinta de liderança para as empresas na busca de um caminho em meio a essa complexidade.
Solicitados a priorizar as três qualidades de liderança mais importantes no novo ambiente econômico, a criatividade foi priorizada por 60% dos CEOs, seguida de integridade com 52%, pensamento global com 35% e influência com 30%.
Os CEOS ouvidos reconhecem que as organizações necessitam de novas ideias que rompam com o status quo, e se desfaçam de algumas crenças arraigadas. As novas abordagens precisam ser originais e desafiar as premissas mais básicas que têm norteado os negócios.

Como tornar as organizações mais criativas e inovadoras?

Constatar a necessidade e a importância da criatividade é um passo importante, mas é somente o primeiro passo. As perguntas seguintes são cruciais: como criar um ambiente em que a criatividade seja cultivada, valorizada e realmente utilizada? O que os lideres podem e devem fazer para liberar, desenvolver e acionar a criatividade de suas equipes?
Acredito que os estudos sobre clima organizacional e criatividade realizados por Göran Ekvall da Universidade de Lund, Suécia, fornecem bases sólidas para responder as duas perguntas acima. Erkvall identificou as dez dimensões que caracterizam o clima organizacional sob a perspectiva da criatividade e inovação, e que servem para avaliar o potencial inovador, ou conservador, de uma organização.
No contexto deste artigo, o clima organizacional representa o conjunto de atitudes, sentimentos e comportamentos que caracterizam a vida na organização e influenciam as comunicações, as decisões, os controles, a coordenação e os processos psicológicos de aprendizado, criação, motivação e comprometimento. O clima organizacional exerce um forte efeito sobre: a utilização de recursos; a qualidade e a produtividade; o bem estar das pessoas e sua disposição para enfrentar novos desafios.

As dez dimensões do ambiente criativo

Com base nos estudos de Erkvall, a avaliação do clima organizacional sob as perspectiva da criatividade e inovação se baseia em dez dimensões ou critérios:
Desafio
O envolvimento emocional dos membros da organização em suas operações e objetivos. Num clima de alto desafio as pessoas mostram alegria, energia e veem sentido no seu trabalho e, consequentemente, são intrinsecamente motivadas a fazer contribuições. O clima de baixo desafio revela alienação e indiferença; o sentimento e a atitude comuns são a apatia e falta de interesse no trabalho e na organização.
Liberdade
A independência de comportamento exercida pelas pessoas na organização. Numa organização com muita liberdade, as pessoas fazem contatos para dar e receber informações e discutem problemas e soluções; dentro de suas atribuições e responsabilidades, elas têm autonomia para planejar suas atividades e tomar decisões. O clima oposto apresenta pessoas que são passivas, presas a normas e se mantêm dentro das regras e limites estabelecidos.
Confiança/Sinceridade
A segurança emocional nos relacionamentos. Quando há um elevado nível de confiança, todos na organização se arriscam a levar adiante suas ideias e opiniões. Iniciativas podem ser tomadas sem medo de represálias e ridicularização no caso de fracasso. A comunicação é aberta e franca. No caso oposto, onde há ausência de confiança, as pessoas suspeitam umas das outras e cobram alto pelos erros que possam acontecer. Elas também sentem medo de serem enganadas e terem suas ideias usurpadas.
Tempo para pensar
A quantidade de tempo que as pessoas podem usar (e usam) para elaborar novas ideias. Na situação de alta disponibilidade de tempo, existe a possibilidade de discutir e testar novas ideias que não estejam incluídas nas tarefas normais, e esta possibilidade é aproveitada. No caso oposto, cada minuto está bloqueado e especificado. A pressão de tempo torna impossível pensar em coisas que não estejam dentro das instruções e rotinas estabelecidas.
Alegria/Humor
A espontaneidade e naturalidade dominam o ambiente de trabalho. Uma atmosfera tranquila e alegre caracteriza a organização forte nessa dimensão. O ambiente oposto é caracterizado pela sisudez e excessiva seriedade. A atmosfera é sufocante, sombria e formal. Brincadeiras e risos são considerados impróprios.
Conflitos
A presença de tensões pessoais e emocionais na organização (não confundir com confronto de ideias). Quando o nível de conflito é alto, os grupos e indivíduos se odeiam e o clima pode ser descrito como uma “guerra”.  Conspirações e armadilhas são elementos usuais na vida da organização. Fofocas e calúnias correm soltas. No caso oposto, as pessoas se comportam de modo natural; elas têm controle sobre suas emoções e impulsos.
Apoio a ideias
O modo como as novas ideias são tratadas. Num clima de apoio, as ideias e sugestões são recebidas com atenção e interesse pelos chefes e colegas de trabalho. As pessoas ouvem umas às outras e encorajam as iniciativas. São criadas as facilidades para se tentar novas ideias. A atmosfera é construtiva e positiva. Quando o apoio a ideias é fraco, o “não” automático predomina. Cada sugestão é imediatamente recusada por contra-argumentos. A procura de falhas e a colocação de objeções são os estilos usuais de responder às ideias.
Debates
A ocorrência de confrontos e debates entre pontos de vista, ideias, experiências e conhecimentos diferentes. Na organização em que existe o debate, muitas vozes são ouvidas e as pessoas mostram entusiasmo na apresentação e discussão de suas ideias. Onde o debate está ausente, as pessoas seguem modelos autoritários sem questionamentos.
Aceitação de riscos
A tolerância à incerteza demonstrada na organização. No caso de alta aceitação de riscos, as decisões e ações são oportunas e rápidas, as oportunidades que surgem são exploradas. A experimentação tem preferência sobre as investigações demoradas e análises detalhadas. No caso de organizações avessas ao risco, o clima é de uma mentalidade excessivamente cautelosa e hesitante. As pessoas tentam ficar no terreno conhecido e seguro. Elas preferem dormir sobre o assunto; criam comitês e procuram se proteger de todos os modos antes de tomar uma decisão.
Dinamismo/Vivacidade
A vida na organização é plena de novidades e de energia positiva. Na situação altamente dinâmica há uma espécie de turbulência psicológica, coisas novas estão acontecendo a toda hora e surgem com frequência alternativas sobre modos de pensar e de lidar com os assuntos e problemas. A situação oposta se caracteriza pela ausência de novos projetos e de planos diferentes. Não há surpresas, tudo segue como de costume.

 http://criatividadeaplicada.com/2011/05/17/clima-organizacional-criatividade-e-inovacao/

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

SANTA CRIATIVIDADE!

Esqueça o que você sabe sobre criatividade

Não faça brainstorming, durma mal, beba um pouco e viva distraído. você fará conexões iluminadas

por Rodrigo Rezende
Editora Globo
Mente Brilhante // Créditos: Dair Biroli
Copo de cerveja, música árabe, bailarina de dança do ventre. Escrevo esta matéria de um lugar meio inusitado. Fumaça, pessoas batendo palmas, casal discutindo. Estou a 500 km de casa, não conheço ninguém nesta cidade e tenho que entrevistar um cientista amanhã cedo. O que faço aqui, afinal? Tento ser criativo.
Pode parecer estranho, mas ajo segundo a ciência. De acordo com descobertas recentes é exatamente numa situação como essa que é mais provável ter ideias inovadoras. Foco, concentração extrema, reflexão solitária? Esqueça. Se você está em busca da ideia genial, é hora de rever seus conceitos. A fórmula para o insight pode estar onde você menos imagina.

ACRIVIDATIDE

Mas o que é um insight? Para tentar entender, vamos provocar um agora mesmo dentro de sua cabeça. Está vendo estas letras aqui: ULIGALE? Tente organizá-las para formar uma palavra. Se você entendeu o título aí em cima, já está craque nisso. Segundo Jonah Lehrer, autor do recente livro Imagine: How Creativity Works (Imagine: Como a Criatividade Funciona — ainda sem tradução para o português), existem dois métodos possíveis para resolver esse problema. Um deles é examinar, letra a letra, quais são as sílabas mais prováveis. E depois rearranjá-las até que surja uma palavra. O outro? Boa pergunta. A palavra simplesmente surge, como que por mágica, na sua mente. É o insight.

Os cientistas John Kounios, da Universidade Drexel, e Mark Beeman, da Universidade Northwestern, ambas nos EUA, deram um passo importante para desvendar o mistério do insight. Colocaram pessoas para resolver problemas semelhantes ao que você viu dentro de máquinas de ressonância magnética. Perceberam que uma área se torna mais ativa quando alguém tem um lampejo. Com um pouco de tecnologia, os cientistas provaram que pensamento criativo não é feitiçaria: envolve uma parte específica da nossa cabeça. Coloque a mão alguns centímetros atrás da orelha direita. Parabéns, você acaba de tocar uma espécie de ponto G da criatividade em sua mente. Esse pequeno pedaço de tecido cerebral (o giro temporal superior anterior) entra em ação quando você interpreta temas literários, cria metáforas e entende uma piada. E também ao resolver problemas pelo método “mágico”.

Colocar uma qualidade mental tão nobre e etérea no mapa do cérebro é um feito científico considerável. Mas Beeman e Kounios não pararam por aí. O que fizeram na sequência é de dar inveja a qualquer cartomante: previram o momento eureca. Hoje, eles são capazes de colocar alguém em uma máquina e dizer: “Você vai ter um insight em 8 segundos” ou “esquece, você não vai resolver o problema tão cedo”. Isso porque, antes do clímax das ideias, ocorre uma tempestade elétrica e um aumento de fluxo sanguíneo na área cerebral da criatividade. Como verdadeiros profetas, os cientistas leem esse sinais e conseguem prever o momento eureca. Para entender melhor experimentos como esse, a reportagem da GALILEU foi a Joinville (SC) conversar com um neurocientista.


SEM TEMPESTADE DE IDEIAS
Editora Globo
Criatividade // Créditos: Dair Biroli
São 7h30 da manhã. Em meio a 500 executivos engravatados, ouço um palestrante de apenas 30 anos citar versos da música Like a Rolling Stone, que Bob Dylan lançou em 1965. Quem vê cara, não vê currículo. Além de ser autor de Imagine, seu terceiro livro, Jonah Lehrer é ex-pesquisador do Centro de Neurobiologia e Comportamento (laboratório do ganhador do Nobel de Medicina de 2000 Eric Kandell na Universidade de Columbia, EUA). Ele ainda editou a badalada revista Wired e integra a equipe da New Yorker.

Nos últimos tempos, Lehrer vem rodando o planeta dando palestras para o alto escalão corporativo. Duas horas depois da apresentação na feira ExpoGestão 2012, ele me recebe. “Dormi só 5 horas. Estou mais criativo agora?”, pergunto. Jonah responde: “Se você é uma pessoa com hábitos noturnos, sim”. E dispara a falar sobre outras conexões estranhas. “Quando você está meio grogue, quando é meio avoado, quando está relaxado e, às vezes, até quando toma uma cerveja, tende a ficar mais criativo.” Acredite: o discurso não tem nada de hippie. Pelo contrário. Enquanto ele falava sobre o processo caótico de composição de Bob Dylan, administradores superconcentrados anotavam seus conselhos.

O motivo? Criatividade gera dinheiro. E, segundo a ciência, muitos métodos usados para turbinar a inovação no escritório estão errados. Exemplo: o brainstorming, tática de expor o máximo de ideias em uma reunião sem criticar os demais integrantes do grupo. “Para aumentar nosso potencial imaginativo, temos que focar somente na quantidade de ideias. A qualidade virá depois”, disse o criador da técnica, Alex Osborn, nos anos 40. A teoria parece boa, mas a prática nem tanto. “Décadas de pesquisa provam que pessoas em grupos de brainstorming têm menos ideias que as que trabalham sozinhas”, diz o psicólogo Keith Sawyer, da Universidade de Washington (EUA).

Em um estudo, Sawyer dividiu 48 pessoas em 12 grupos de brainstorming e as colocou para resolver problemas. Depois comparou as soluções com as de pessoas que trabalhavam sozinhas nas mesmas questões. O segundo grupo teve o dobro de ideias, e elas eram mais práticas e eficazes, segundo especialistas. Moral da história: a crítica é necessária ao aprimoramento das ideias, mesmo que seja a autocrítica.

CANSADO E DISTRAÍDO

Em uma pesquisa divulgada em fevereiro deste ano, a cientista americana Mareike Wieth colocou 428 estudantes grogues de sono para resolver dois tipos de problema: questões analíticas (equações simples e contas de divisão) e enigmas criativos (parecidos com os que você resolveu). Ao contrário do esperado, o desempenho dos sonolentos foi igual ao de estudantes sem sono nas contas matemáticas. Já nas questões criativas, a surpresa foi ainda maior: a performance melhorou em até 50%. Já um estudo publicado este ano pela Universidade de Illinois (EUA) usou pessoas alcoolizadas (0,075 de con centração alcoólica no sangue) para resolver problemas criativos. Resultado: o desempenho melhorou em 30%. “Uma cerveja antes do almoço é muito bom para ficar pensando melhor”, escreveu Chico Science. Mal sabia ele quanta science poderia existir nisso.

Outro ponto polêmico: distrações podem te deixar mais criativo. Faça este teste usado pela psicóloga americana Holly White em uma pesquisa sobre distração e criatividade. Observe a seguinte conta, que está errada: III = III + III. Agora tente corrigir a equação movendo apenas um dos traços (resposta no rodapé da última página desta matéria). Se acertou, parabéns. Mas talvez você tenha conseguido justamente por ser mais distraído do que a média. Ser avoado deixaria você mais aberto às associações mentais inesperadas, a chave para boas ideias, diz a ciência.

Na pesquisa feita por White, estudantes com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) foram muito melhor em testes de criatividade. Eles também haviam ganhado mais prêmios e menções honrosas em todas as áreas do conhecimento, da arte dramática à engenharia. Pessoas distraídas geralmente têm mais atividade no hemisfério direito do cérebro. “O mundo é tão complexo que a cabeça tem que processá-lo de dois jeitos diferentes”, afirma Beeman. “É preciso enxergar uma árvore só e a floresta inteira ao mesmo tempo. O hemisfério direito é quem ajuda a ver a floresta.”

Para Lehrer, é exatamente essa visão global que está por trás do pensamento criativo. Na palestra para os executivos no Brasil, ele contou como Bob Dylan só foi capaz de criar sua obra-prima Like a Rolling Stone depois de se distrair, abandonar uma turnê e entrar em uma espécie de transe. “Eu me vi do nada escrevendo essa música, uma longa história vomitada em 20 páginas”, afirmou Dylan. “É uma mistura de La Bamba, poesia beatnik e Beatles”, diz Lehrer. “O que ele fez foi enxergar o estranho fio que conecta tudo isso. Enquanto escrevia, seu hemisfério direito encontrou um jeito de juntar essas influências incongruentes em um hit musical.”

Foi justamente para investigar a relação entre distração e criatividade que comecei a escrever esta matéria em um restaurante. Mas por que árabe? E por que tão longe de casa? Segundo estudos recentes, quanto mais distante você está — física ou psicologicamente — de onde mora, mais criativo tende a ser. Em uma pesquisa da Indiana University (EUA), estudantes pontuaram mais em um teste de usos criativos de meios de transporte só por imaginar que eles haviam sido concebidos ou seriam usados em outro país.

NÃO SOLTE AS AMARRAS

Viajar e se distrair ajuda a ter boas ideias. Afinal, criatividade é sinônimo de liberdade, não é? Segundo estudo da psicóloga Janina Marguc, da Universidade de Amsterdã, não. O resultado de sua pesquisa sobre o impacto de restrições na criatividade mostra que, se me deixassem escolher o tema e o tamanho desta matéria, por exemplo, o resultado seria menos criativo. Ter uma ordem mais estrita, no caso, “escreva 10 mil caracteres sobre criatividade”, libertaria a parte do meu cérebro ocupada em definir tamanho e tema e deixaria mais processamento cerebral à disposição para gerar ideias. Isso aumentaria o acesso a insights que surgem no inconsciente, o que deixa qualquer pessoa mais inovadora.

A revolução na neurociência da criatividade é mesmo uma faca de dois gumes. Dá argumentos para você se libertar do escritório e da sala de aula, porém justifica as ordens do chefe.Mas ainda há um meio de garantir seu livre-arbítrio durante o processo de criação. Basta usar o argumento de autoridade de um dos homens mais geniais da história: “Criatividade é o que ganhamos com tempo gasto à toa”. Se te perguntarem “Quem foi o Einstein que disse isso?”, é só responder: o próprio — vulgo Albert.


Dicas

Antes só
Fazer brainstorming não é uma boa. Segundo pesquisa da Universidade de Washington (EUA), simplesmente dar e ouvir palpites sem poder fazer críticas não ajuda a aprimorar as ideias. Quem quebra a cabeça sozinho pode conseguir até o dobro de soluções para um problema.

Siga os bons

Tudo azul
Recorra aos ambientes ou mesmo a uma folha azul para resolver problemas. Pesquisa da Universidade British Columbia (Canadá) revelou que a cor favorece os insights. Por remeter a ambientes amplos como céu e mar, ajudaria a expandir a mente.

Corra do vermelho
Ele funciona como o sinal do “pare” no semáforo. No estudo da British Columbia, ajudou na memória e atenção, mas prejudicou a criatividade, já que lembra restrição.

Pense dormindo
Quanto mais sonolento estiver, melhores ideias terá. O cansaço melhorou em até 50% o desempenho em testes de criatividade feitos pela psicóloga cognitiva Mareike Wieth, da Albion College (EUA).

Sonhe acordado
Você vive no mundo da lua? Continue assim. Uma pesquisa de Jonathan Schooler, da Universidade da Califórnia (EUA), descobriu que gente desligada se sai melhor em diversos experimentos de criatividade.

Seja criança
Criar pode ser uma brincadeira. Literalmente. O psicólogo Michael Robinson, da Universidade da Dakota do Norte (EUA), pediu que pessoas imaginassem ter 7 anos de idade. Resultado: elas se deram muito melhor em testes criativos.

Solte o riso
Rir é o melhor remédio. Mark Beeman e John Kounios (responsáveis pela descoberta do ponto G da criatividade) mostraram um video de stand-up comedy do Robin Willians para algumas pessoas e, depois, as colocaram para resolver problemas. O desempenho foi 20% melhor do que o de quem havia assistido a vídeos chatos
ou assustadores.

Saia do campo
Se você quer ter uma grande ideia, fuja das áreas rurais. Físicos do Instituto Santa Fé (EUA) descobriram que mudar de uma cidade pequena para uma grande aumenta em 15% a chance de criar uma nova patente.

Ah, Vá tomar banho
Quem diz isso é o psicólogo Joydeep Bhattacharya, da Universidade Goldsmith (Londres). Ele descobriu que o banho aumenta a quantidade de ondas cerebrais alfa, que faz crescer a chance de você ter um insight.

http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI314406-17771,00-ESQUECA+O+QUE+VOCE+SABE+SOBRE+CRIATIVIDADE.html

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

SOBRE ADEQUAÇÃO

A Grande Questão Revista Você s/a nº176, 01/01/2013, por Eugênio Mussak

Em recente evento que reuniu presidentes de empresas de diferentes setores em Porto Alegre, a seguinte pergunta foi feita aos executivos: “O que mais tira seu sono?”. A resposta escolhida por mais de 70% dos presidentes foi: “A falta de pessoas adequadas para ocupar cargos em minha empresa”. Os líderes têm motivo para ter sono conturbado.


O Brasil está vivendo o chamado “pleno emprego”, com uma taxa de desemprego abaixo de 5%. Com a economia pujante e um grande consumo interno, as empresas estão contratando, apesar do peso dos encargos sobre os salários. E falta gente. Ou melhor, falta gente adequada aos cargos, como definiu um presidente no evento de Porto Alegre. Mas afinal, o que é ser adequado?


Ser adequado significa ter três qualidades: capacitação, motivação e integração. Ser capacitado é possuir os conhecimentos e as competências para fazer bonito no desempenho da função. Capacitação significa estudo, preparo, treinamento e experiência. Esse preparo profissional vem, em primeiro lugar, da escola, em segundo, da própria empresa, por meio de seus programas de treinamento e desenvolvimento e, não menos importante, da própria pessoa, que não pode parar de investir em seu autodesenvolvimento.


Ser motivado significa estar verdadeiramente engajado e atuante. Para isso é preciso acreditar na missão da empresa, estar de acordo com seus valores, contribuir para o clima e mostrar comprometimento. A empresa, por intermédio de seus líderes, pode, claro, oferecer os meios para que cada pessoa construa sua motivação pessoal. E, mais uma vez, não dá para eliminar o fator individual, a responsabilidade de cada profissional.


Finalmente, estar integrado tem a ver com compreender a cultura da empresa, comportar-se de modo coerente e estabelecer relações construtivas com os colegas e com as diversas áreas da organização. De novo, a responsabilidade é compartilhada. A empresa propõe, as pessoas atuam.


Sem capacitação, o profissional não sabe fazer o trabalho. Sem motivação, não quer fazer. E sem integração, não consegue. Você está à frente de uma equipe e quer dormir bem à noite? Então cuide para que tenha nela as pessoas adequadas. Isso significa ter critérios bem definidos para selecioná-las e competência para preparar o time. Em síntese, significa ser um líder. Bons sonhos.


Texto publicado sob licença da revista Você s/a, Editora Abril.
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