quarta-feira, 12 de outubro de 2016

EMPATIA DE RESULTADO

por Eugênio Mussak

Eu já vi este filme: o executivo se queixa da incompetência dos funcionários, das exigências dos chefes, da eterna insatisfação dos clientes, entre outras lamúrias corporativas. Ele é, certamente, a vítima do sistema. Os outros não o compreendem e não fazem nada por ele.
Quando alguém tem essa postura, pode acreditar: ele não tem a menor ideia do que passa no peito de seus funcionários, de seus patrões e de seus clientes. Ele não conhece os sentimentos e das expectativas dos outros. Não conhece e não se interessa. Só as suas valem, por isso é a eterna vítima. Pobre e injustiçado aspirante a bem-sucedido- executivo-frustrado.
Nessa hora, sabe o que resolve? Uma boa dose de empatia, que não é o mesmo que simpatia. As duas palavras vêm do grego e têm a mesma raiz: pathos, que, em sua origem significa doença ou padecimento, mas que também tem o significado de paixão ou emoção forte. Simpatia, entretanto, usa o prefixo sin, que significa junto, ao lado de, enquanto o prefixo de empatia é en, que remete ao interior, estar dentro de, junto de verdade. O simpático está ao teu lado, o empático está com você. O simpático te olha, o empático te toca, mesmo que não use as mãos. O simpático é agradável, o empático é necessário.
Se alguém mostra simpatia quando você está com um grande problema, está sendo educado, solidário, compreensivo. Mas quem é empático mostra solidariedade real, disposição genuína em colaborar. O simpático tenta mostrar seu ponto de vista, o empático quer ouvir, abrir espaço para que você desenvolva sua própria compreensão. Se você conta, em uma mesa de bar, que seu casamento acabou, o simpático vai dizer pra você não ficar triste; o empático vai entender que isso não é possível, e vai te oferecer um olhar de cumplicidade. Se você precisar desabafar, prefira o empático.
Nas relações profissionais, a empatia está longe de ser um sentimento do mesmo grupo da compaixão e da solidariedade. Está mais para a turma da sociabilidade e do compromisso com o resultado. Praticar empatia ajuda o médico a tratar melhor seu paciente, o vendedor a atender ao cliente com mais propriedade, o líder a comandar sua equipe com mais eficiência. Definitivamente, a empatia colabora mais com o sujeito do que com o objeto. É, portanto, um atributo da inteligência emocional que tem imenso impacto na liderança, nos negócios e nas carreiras. Vale a reflexão..

Disponível em http://www.eugeniomussak.com.br/empatia-de-resultado/