Estamos
vivendo a era das mudanças rápidas, profundas e irreversíveis, impondo um
desafio diário. A Justiça Federal na Segunda Região (Rio de Janeiro e Espírito
Santo), assim como todas as instituições públicas e privadas, precisa fazer uma
reflexão sobre o contexto em que está inserida, a fim de que possa compreender seus
desafios e superá-los de forma rápida e eficaz.
Sobre
esse tema proferiu o psicólogo organizacional, Luiz Carlos Cassano Júnior, na
abertura da Inspeção Judicial Unificada 2018, palestra sobre o “desafio do novo”.
Na
ocasião, alertava inicialmente o palestrante para o nosso contexto marcado pela hiperconectividade, onde cada ponto afeta o todo e o todo afeta cada parte. Tal realidade encontra-se enraizada no
fenômeno da globalização e permeada pelas crises econômicas que assolam o país.
De um lado, a revolução digital, a
inteligência artificial, as informações imediatas, Startups etc. De outro, a limitação
de recursos das instituições públicas.
Todo
esse contexto gera impacto no Poder Judiciário, premido por uma limitação
orçamentária expressiva imposta pelo Poder Executivo, o envelhecimento da sua força
de trabalho, as aposentadorias sem reposição, demandas repetitivas, exacerbando
suas mazelas, impondo mudanças.
Diante
de tal dilema, é preciso refletir sobre os perigos do isolamento e da individualização,
onde a tecnologia domina o indivíduo e valoriza a hiperconectividade. Nesse ponto, conduzido pelo senso de coletividade,
valendo-se do poder e da riqueza da diversidade existente nas equipes, o indivíduo poderá estabelecer uma nova ordem
de coisas, onde o coletivo se sobrepõe ao individualismo e ao isolamento,
construindo um ambiente saudável, criativo, estimulante e motivador.
Afirmou,
então, Luiz Carlos Cassano Júnior que, o poder do coletivo na Segunda Região
poderá promover a aproximação entre Regiões/Órgãos, Unidades, níveis
hierárquicos, com o fito de disseminar, compartilhar boas práticas e deverá apostar
na integração, no envolvimento e na participação de cada um, buscando o
envolvimento de todos níveis hierárquicos em rede.
A
Inspeção Unificada, assim, é um movimento de mudança nessa direção, e também é
um desafio que se coloca como um canal aberto para dúvidas de sobre como
fazer. Precisamos garantir isso. Exercer isso nos aspectos humano e
procedimental. Isso porque, inspeção é
avaliação: somos nós com um olhar crítico para nossa realidade. Impõe uma autoavaliação e envolve
conhecimento tácito, participação e confiança.
É preciso ver os erros de forma sistêmica. É preciso compreender e
respeitar a visão do servidor.
A
Inspeção Unificada também deve ser momento de refazer o planejamento, de pensar
soluções e inovar. Precisa ser marcada
pelo respeito à diversidade e diálogo. Pela oportunidade de pensar o futuro,
dar-lhe um significado e valor social.
Avaliando
nosso momento, percebemos que o advento do novo sistema de acompanhamento
processual, EProc e os Núcleos de Atividades Operacionais representam
relevantes mudanças de paradigmas, e são reflexos da revolução digital e da
limitação de recursos. Contudo, estão
promovendo turbulência e transição (desconforto/sofrimento), evidenciando a
necessidade de validação, compreensão, escuta ativa e a aproximação entre os
níveis hierárquicos que deverão trabalhar juntos da adequação das expectativas,
prazos e metas. É essencial pensar
juntos. Construir objetivos realistas.
Agir com responsabilidade e inclusão social.
Nesse
novo modelo, passa a ser exigido um novo perfil, a ser objeto do desenvolvimento
(que é mais do que capacitação) da gestão, do servidor e do magistrado.
Em
razão desses aspectos, tornou-se indispensável o debate em grupo, a reflexão
permanente sobre duas posturas antagônicas: impotência x prepotência. É preciso buscar o equilíbrio entre essas
duas posições. Ter consciência do que está acontecendo dentro da Instituição,
buscar o novo, respeitando os limites estruturais e humanos (aquilo que não
podemos mudar).
Perceber
as brechas, as oportunidades e tudo aquilo que está em nosso poder e que podemos
influenciar/mudar, evitando o sentimento de impotência: “Não posso fazer
nada...” e seu oposto, o sentimento de prepotência: “Posso fazer o que eu
quiser...”
É
preciso refletir sobre o fato de que, em nossa Instituição há diversos níveis
hierárquicos, todos com limites e potenciais próprios.
Os processos de mudanças são, assim, oportunidades de aproximação. Poderão potencializar nossa capacidade
coletiva de enfrentar o novo com diálogo, com solidariedade e com coragem.
Diante
da realidade que se coloca, o que podemos fazer para amenizar a turbulência
da transição? Seria necessário rever algumas metas, prazos e exigências nesse
período de transição e turbulência? E, indo além da turbulência, o que podemos
fazer para otimizar o uso inteligente da nova tecnologia que teremos? Estamos preparados para abrir mão de
controles e formalidades, que o novo modelo permite, em prol da celeridade?
Devemos
aproveitar as oportunidades do novo para compartilhar as dificuldades e as
soluções desse momento de transição, primeiro com nossa própria equipe, depois
com todas as demais unidades. Apoiar-nos
na coletividade, fomentando uma colaboração intensa e permanente para enfrentar
os desafios que são colocados. O
conhecimento é um bem que não se desvaloriza quando multiplicado. Quanto mais compartilhamos, mais ele é
potencializado e valorizado.
A emoção do palestrante e a força de suas palavras são marcas inconfundíveis do seu comprometimento com a instituição e, em especial com as pessoas que diariamente fazem a diferença para que a Justiça Federal possa cumprir seu papel na sociedade.
Preciso dizer: Luiz Carlos Cassano Júnior, você me representa!
Luciana, legítima e merecida homenagem ao Luiz! Palavras que expressam sua marca registrada, Lu: seu coração em tudo que faz!
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