As 13 lições de liderança do filme Lincoln
Especialistas consultados por NEGÓCIOS analisam o perfil de um dos ex-presidentes mais queridos dos Estados Unidos
Ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa sem o seu consentimento"
Abraham Lincoln
O longa, com 12 indicações ao Oscar, estreou na última sexta-feira (25/01) no Brasil e já arrecadou R$ 2 milhões por aqui, segundo a Filme B, e US$ 182 milhões em todo o mundo, segundo o site Mojo. Interpretado por Daniel Day-Lewis, o Lincoln de Spielberg e do ator britânico coloca seus ideais e visão acima de tudo (e, muitas vezes, de todos), conquista apoio pelo dom da oratória e atinge, finalmente, resultados e metas. Qualquer semelhança com o mundo corporativo não é mera coincidência.
NEGÓCIOS entrevistou coaches que analisaram o filme e extraíram dele os erros e acertos de Abraham Lincoln, cujas frases (que você lê nesta matéria) são reproduzidas com frequência.
2. Respeite as regras: no filme, Lincoln resiste a dar dinheiro aos congressistas do partido Democrata, mas aceita dar empregos para que eles votem a favor da emenda abolicionista. Um presidente (ou ex-presidente) pode até sobreviver a um escândalo como esses. Mas uma atitude destas pode significar a morte de uma empresa.
3. Cuidado para não virar um ditador: símbolo da recém-conquistada democracia nos EUA, Lincoln chega a ser apontado como um ditador por insistir na luta pela abolição, enquanto adia o fim da guerra, o que implica um número maior de morte de civis. Reis compara Lincoln com o personagem do Mito da Caverna, de Platão. Na parábola, os homens moram em uma caverna e só conhecem o mundo por sombras. Um dos acorrentados foge, vê as coisas como elas são e volta para contar, mas acaba morto por seus companheiros. “Todo indivíduo que se sobressai na sociedade tem de fazer uma escolha. Geralmente ele escolhe algo que ninguém vê. E daí tem que dizer a que veio. O líder não pode ficar em cima do muro. Tem que escolher um lado e pular.”
5. Delegue: ele deixa espaço para sua equipe ir a campo. Mostra confiança, oferece segurança, monitora e intercede se necessário. O acordo com os democratas é todo feito pelo secretário de Estado e sua equipe.
6. Oriente. Sempre: além de delegar, o ex-presidente se reúne frequentemente com os liderados para averiguar resultados alcançados e mostrar o caminho para atingir a meta.
7. Compartilhe o poder: Lincoln incentivava sua equipe a assumir responsabilidades, gerando maturidade profissional. “Isso dá segurança e capacidade de resolução de problemas, mesmo diante de situações críticas”, diz Van.
8. Recheie seu discurso com empatia: grande parte do poder de oratória de Lincoln está no fato de ele conseguir mapear o interlocutor e, por meio de suas histórias, criar um link emocional (ou racional) com ele. Um bom exemplo é a cena em que Lincoln conversa com um operador de telégrafo. Primeiro ele pergunta sua profissão. Ao saber que o personagem havia se formado em engenharia, cita uma teoria de Euclides para falar sobre igualdade.
9. Foque na solução: todas as probabilidades estavam contra Lincoln. O ex-presidente não tinha o apoio do Congresso para a aprovação da emenda abolicionista, a guerra (seu maior argumento para acabar com a escravidão) estava para acabar e a maioria da população norteamericana não queria o fim da escravatura. Em vez de se sentir paralisado pelas dificuldades, o ex-presidente gastava sua energia encontrando soluções para cada uma dessas questões.
11. Vença sua batalha interna: administrar os republicanos, conquistar o voto dos democratas, convencer seus liderados sobre seus ideais e ainda lidar com os dramas familiares, definitivamente, não é para os fracos. Todo líder passa por esse dilema. Os bons líderes conseguem gerenciar todas essas questões ao mesmo tempo, sem cair na insegurança – o que acaba levando a decisões equivocadas.
12. Tenha a coragem de mudar de ideia: em uma cena, Lincoln mostra seu único momento de hesitação. Ele está prestes a ceder e terminar a guerra, mesmo sem a aprovação da emenda abolicionista. Chega a ditar a mensagem ao operador de telégrafo, mas muda de ideia. “O ser humano que não tem dúvidas está se enganando. Não justifico o líder que senta em cima das decisões e nunca define nada. Mas aquela coisa rígida de ‘eu tenho sempre razão’ é ruim e não é crível”, diz Eliana. Por mais que o líder acredite em algo, aquele é só um lado da verdade.
13. Não seja ingênuo: mesmo o mais querido líder das corporações nunca será uma unanimidade. Mas, no fim do dia, ele precisa ter mais seguidores que inimigos. Para tanto, use e abuse da diplomacia. “Há sempre o risco da demissão ou de ser colocado de lado. É um jogo, no qual é preciso medir as consequências. Os inimigos que não vão gostar do resultado são maiores ou menores que os beneficiados?”, questiona Van. Reis completa: “todos nós temos pessoas que jogam contra. Todos nós temos pessoas que nos seguem. É preciso conviver com isso com sabedoria.” Já para Eliana, ter mais seguidores que inimigos é fundamental para a sobrevivência do executivo. “O líder que não tem seguidores é só um sujeito dando um passeio.”
http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Carreira/noticia/2013/02/13-licoes-de-lideranca-do-filme-lincoln.html
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