Uma meta,
qualquer que seja ela, só pode ser assim conceituada quando traçada segundo
cinco variáveis: especificidade, mensurabilidade, exequibilidade, relevância e
temporalidade
“A fórmula
da minha felicidade: um sim, um não, uma linha reta, um objetivo.”(Friedrich
Nietzsche)
Você
decide ir ao cinema. Sai de casa e, quando percebe, imerso em seus
pensamentos, está fazendo o caminho convencional para ir ao trabalho – que, por
sinal, é diametralmente oposto. Depois de enfrentar um belo trânsito, acerta o
passo e chega ao shopping. Vasculha os três pisos de estacionamento para obter
uma vaga.
Logo mais, encontra uma agradável fila para comprar os ingressos. Na
boca do caixa descobre que a sessão está esgotada. A próxima, somente em duas
horas e quinze minutos.
Impossível?
Improvável? Com você não? Pense bem antes de responder. Se você ainda não
passou pelo ciclo completo descrito acima, uma boa parte dele já lhe visitou em
um final de semana destes. O mal é o mesmo que afeta a profissionais e empresas
no mundo corporativo: a ausência de metas definidas.
Vamos
partir de um pressuposto. Você sabe o que quer, para onde deseja ir. Se estiver
em uma companhia que não lhe agrada, buscará outra. Se estiver disponível, sabe
qual o perfil de vaga lhe interessa. Se estiver satisfeito em sua posição
atual, almeja alcançar um cargo mais elevado.
Uma meta,
qualquer seja ela, só pode ser assim conceituada quando traçada segundo cinco
variáveis. A primeira delas é a especificidade. Seu objetivo deve ser muito bem
definido. Assim, é inútil declamar aos quatro cantos do mundo: “Quero trabalhar
na multinacional ABC Ltda.”. Desculpe-me pela franqueza, mas acho que você não
será contratado a menos que pense: “Vou trabalhar como gerente comercial, na
divisão alfa, da companhia ABC Ltda., atuando na coordenação e desenvolvimento
de equipes de vendas para a região sul”. Em outras palavras, quanto mais
específica for a definição de seu propósito, mais direcionado estará seu
caminho.
A segunda
variável é a mensurabilidade. Sua meta deve ser
quantificável, tornando-se objetiva, palpável. Em nosso exemplo anterior, você
teria que definir, por exemplo, a faixa de remuneração desejada. Outra situação
bem ilustrativa desta variável é a aquisição de bens materiais. “Pretendo comprar
um carro”, é um desejo. “Vou comprar um veículo da marca XYZ, modelo beta, com
motor 2.0, dotado dos seguintes opcionais (relacioná-los) e com valor estimado
de R$ 30.000,00”, é uma quase-meta.
A próxima
variável é a exequibilidade. Uma meta tem que ser
alcançável, possível, viável. Voltando ao exemplo inicial, o objetivo de
integrar o quadro da companhia ABC como gerente comercial não será alcançável
se você tiver uma formação acadêmica deficiente, experiência profissional
incompatível com o perfil do cargo e dificuldades de relacionamento
interpessoal.
Chegamos
à relevância. A meta tem que ser importante, significativa,
desafiadora. Você decide como meta anual elevar o faturamento de seu
departamento em 5% acima da inflação. Entretanto, seu mercado está aquecido e
este foi o índice definido – e atingido – nos últimos dois anos. Logo, é
preciso ousadia e coragem para determinar um percentual superior a este, capaz
de motivar a equipe em busca do resultado. Lembre-se de que o bom não é bom
onde o ótimo é esperado.
Finalmente,
o aspecto mais negligenciado: o tempo. Muitas metas são bem
específicas, mensuráveis, possíveis e importantes, porém não definidas em um
horizonte de tempo. Aquela oportunidade de negócio tem que ser concretizada até
uma data limite. Determinada reunião deve ocorrer entre oito e nove horas.
Certo filme no cinema sairá de cartaz na sexta-feira próxima.
Por isso,
evite procrastinar, nome feio dado à mania de adiar compromissos. Este pode ser
um golpe fatal em qualquer meta proposta.
Tom
Coelho, www.administradores.com.br
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